Equilíbrio


Aspecto ao Equilibro,  
por Érico Trajano



De tão antigo e bagunçado, meus arquivos digitais estão todos espalhadados em diversas pastas. Desligado que sou e despojado, não ligo tanto para o organizado, embora goste bastante de observa-lo. Nesta foto, por exemplo, há um exemplo prático do meu aspecto que agora vós apresento. A abstração é um  problema tão frequente nos poetas que é a abstração em demasia ás vezes confunde e nada positivo se dá. Tudo bem, afinal, poema é amor, logo, amor é arte. Arte, por fim, é tudo aquilo que números não expressam exatamente a essência do perfume doce que é a arte e que me tira o fôlego de escrever rapidamente até não saber mais o que, exatamente, estou digitando.

Pois bem, como se vê aí em cima, cinco pedras estão empilheiradas, assim como meus arquivos estão espalhados. Como se pode observar, embora essas pedras sejam de formas e tamanhos diferentes, estão apresentando um equilibro perfeito, vislumbrante, de certa forma. Mas, montar uma torre de pedras assim não é fácil. Da mesma forma que não é fácil organizar todos os arquivos. Se é que me entendem bem... Os arquivos da mente também. Da vida, do cotidiano.....

Já se perguntou da importância do equilibro? Viram que não é preciso necessariamente todas a pedras serem iguais para que pudessem se equilibrar harmoniosamente..? Não sou eu muito intimo ao equilibro. Mas tenho certeza que um ser mal não é. Ruim não poderia ser, afinal, que letras loucas não são essas não, não acha?

Letras são apenas letras espalhadas, juntas foram  esse belo texto. Um belo exemplo de equilibrio, que tal?

Esse mundão de meu Deus é engraçado demais. Cada pedrinha dessa, com sua forma e essência singular, com suas caracteristicas fisicas desiguais, se encaixaram e formaram juntas uma pequena torre que relembra os castelos de areia que fazia eu na minha infancia na praia do farol em Caiçara do Norte. Que tragi-cômico é viver e respirar o oxigênio que me dá vida para sorrir e produzir e ao mesmo tempo radicais livres em meus corpo onde a cada respiro produz um veneno que me deixa cada vez mais acabado.

Lembranças dos meus arquivos digitais, da minha infancia é a tragi-comedia da vida são exemplo de equilibrios. É algo muito particular, pessoal que talvez alguem nesse planeta também sinta a mesma sensação de loucura e emoção em poder sentir na pele a beleza de ser um humano confuso, que embora se sinta desnorteado nesse mundo de caos, sente muito firme seu papel pessoal de produzir o bem e abstrair usurpando e alimentando o amor aos homens de boa vontade.


De tão jovem me sinto muito breve nesse mundo, de tão denso, me sinto atrasado nessa realidade. De tão insano, as vezes sinto que preciso fazer uma viagem ao outro plano. Do mesmo modo, sinto que aqui estou para ser feliz, embora enfrente uma realidade capitalista, e devo crescer, trabalhar, casar, ter filhos e leva-los para a praia de caiçara do norte para fazer castelos ou torres de areia para que quando em seus momentos de tristeza ou felicidade lembrassem do passado alegre e feliz e por conta disso, eu, nesse momento em que ocorresem isso em suas vidas, poderei,finalmente, após escrever meus milhares de textos e alguns livros, descançar em paz e ter minhas cinzas espalhadas em um jardim.


Em mim mesmo começa o meu equilibrio e, fatalmente, em mim também termina arbitrariamente o meu equilibrio. Vivendo drasticamente na hipóteticidade contraditória do  não  poder fazer o que quer e só poder fazer o que der.




Equilibrio, seria justamente isso. Buscar, mas não prender-se. Observar, mas também toca-la. Amar, mas também odiar. Aproximar e distanciar-se, quando a presença não sadio for.

Que loucura gosta é essa vida, e o meu computador também!

Érico Trajano

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