Natal, eu e o abalo
Natal, eu e o abalo.
João Camara e Taipu como cidade de maiores abalos sísmicos do RN.
Natal, 11 de Janeiro de 2010.
Inicio de ano estranho na cidade de Natal. Mal o ano começa e, fora os índices de violência costumeiros de uma cidade quase grande e as nuvens carregadas que assolam a cidade nesta época, o incrível ocorreu. Hoje por volta do meio dia a cidade tremeu e não era clássico entre ABC e América.
Inicialmente pensei que eram as minhas pernas meio bambas, por segundo, alguma alucinação. Mas, na verdade, era a cidade tremendo de cabo a rabo. Nunca na vida tanta gente falou comigo no MSN. Logo após a sensação da terra tremer, perguntei se alguém tinha sentido o mesmo. Perdi as contas, foram mais de 30 janelas piscando. No Twitter, o site ficou congestionado e os comentários engraçados não paravam. O escolhido foi esse: "@rservulo Natal acaba de pedir sua atenção (MSN)". Teve até gente dizendo que a tremor foi decorrente do console que da borboleta do PV ao cair no chão.
Nunca senti um negocio desse antes, espero que nunca mais ocorra. Não confio na estrutura do meu prédio. Falando nisso, a cidade não está preparada para suportar uma coçadinha sísmica sequer. Fora o povo potiguar ainda ser meio matuto, a construção civil não preparou nossas residências e prédios para comportar este tipo de tremelique. Para piorar, as expectativas não são das melhores: "Houve um sábado e este no começo da tarde, que já está confirmadíssimo. É bem provável que ocorram outros, desencadeando o que chamamos de enxame sísmico", falou o professor da UFRN Joaquim Ferreira.
Segundo a Epóca, o fenômeno é conhecido como enxame sísmico. Por fim, os tremores na região têm outra peculiaridade: costumam ser curtos, mas repetitivos. Espero que nunca mais aconteça. Aguardem, 2012 vem aí.
Este foi o segundo tremor de terra sentido no estado desde o último sábado. O outro, que também teve como epicentro a cidade de Taipu(veja mapa acima), foi aferido em 2,7 graus na escala Richter, o que é considerado leve. No entanto, o abalo foi sentido em todas as regiões de Natal e ainda mais quatro cidades, chegando até João Pessoa.
POR QUE O BRASIL BALANÇA
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Como as movimentações das placas tectônicas Nazca e Sul-Americana provocam abalos sísmicos no país
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1) PLACA DE NAZCA Mergulha por debaixo da placa Sul-Americana e causa terremotos fortes ao longo dos Andes
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2) ENCONTRO O choque da placa Sul-Americana com a ponta da placa de Nazca acontece a até 700 quilômetros de profundidade e causa abalos de 7 graus na escala Richter no subsolo
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3) ACRE ATIVO A movimentação subterrânea da ponta da placa de Nazca se reflete no Estado do Acre, localizado em cima dela
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4) FISSURA EM MATO GROSSO Uma falha geológica gerou dois fortes tremores na cidade de Porto dos Gaúchos, a 370 quilômetros de Cuiabá. O maior chegou a 6,2 graus na escala Richter
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5) NORDESTE PERIGOSO Outra rachadura provoca abalos no Ceará e no Rio Grande do Norte
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O que se estuda em sala de aula está sendo colocado em cheque após todos esses fatos. Ensinar aos alunos que o Brasil está livre de terremotos é coisa do passado. O tempo passa, a terra gira e as placas se movimentam. Com isso, lembro-me do ditado que diz: Nada é absoluto. Vamos rever o que se diz em sala de aula, professores.
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