A fome e a Criatividade

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Marcada por pingos de chuva que assolava a cidade até alguns minutos atrás e iluminado pelos fortes raios de sol que saíra há poucos instantes, ele observava, pela a porta de vidro do seu escritório gelado, a cidade. Num lapso de tempo, analisava: "Que tempo louco!".

Mesmo com a "adversidade" do tempo, Érico estava convicto de sua escolha. Iria de qualquer forma, mesmo tendo problemas ao caminhar e, ainda, podendo levar chuva e sol. Não tem jeito, ele iria em busca do seu objetivo. Iria em busca da Cantina do seu Elias.

Olhou por mais alguns instantes a cidade, viu alguns pedestres e alguns motoristas nas suas vidas medíocres, caminhando e seguindo o curso normal de seus destinos. E, então, Érico sentiu que estava na hora de ir.
Bom oportunista que é, preparou-se para o choque térmico decorrente da bruta mudança de ambiente e passou pela porta de vidro. Ganhando a rua, caminhou com certa dificuldade até a calçada e seguil até ao seu Elias. Estava em pleno calor da cidade do sol, mesmo assim não desanimava. Érico, como toda a sua "malevolência" de um homem com perna engessada, foi atrás do seu desejado desjejum..

Caminhando na rua, ele tinha certeza, o negócio era sério. A fome estava grande e o seu desejo era de apenas um pastel de forno recheado com creme de frango. O trambolho, de fato, era bom mesmo para se enfrentar um esforço daqueles.

Tinha que caminhar com cautela e vencer um quarteirão. Ele sabia, novamente, o salgado valia o esforço. A negócio era gostoso, suculento e farto, ainda tinha suco de acerola gratís, por apenas um real e trinta centavos.

Nisso tudo, entendeu ele, até os maiores homens se perdem em vícios pequenos e que a fome é capaz de transformar o homem racional e um "bixo" irracional.


Por Pablo Trajano lembrando de Érico e a sua fantasia.

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