Não faz parte de mim, mas está dentro de mim.
From: fabiop_017@hotmail.com
To: ptrajanoo@hotmail.com
Subject: textos entre teias de aranha .
Date: Tue, 19 May 2009 20:50:58 +0000
Não posso dizer há quanto tempo estou aqui e, então, tomo consciência de que, se existe uma verdade em mim,
é a verdade dessa imensa ignorância. Perplexo, examino cada possibilidade de sentido que me traz
- investigo cada recanto do sentido. Descubro, após os primeiros instantes, que nenhum sentido prevalecerá.
Descubro-me como um sobrevivente de todo sentido e tomo consciência de que, se algum sentido se formar,
será em decorrência do fato de que eu sou aquilo que persevera após o fracasso de todos os pensamentos.
Torno-me assim exterior às minhas idéias. Faço-me exterior ao meu desejo de fixação,
como se me tornasse exterior àquilo que - se houvesse tal possibilidade -
seriam os desmembramentos do que sou. Existo, apenas, no vazio, que refrata qualquer perspectiva de resposta.
Flutuo às cegas num mar de indecisão que expulsa o sentido das perguntas, deixando-me à mercê de todos os caprichos.
O sentido que descubro nesta ou em qualquer pergunta é só uma projeção de alguma coisa que ignoro e que,
incapaz de se manifestar como coisa, se manifesta como pergunta e como ausência.
Tudo o mais é deslocamento e arbitrariedade, que são as formas sobre as quais, persistente,
minha consciência se debruça. Seja onde quer que seja ou em que tempo for -
meu "eu" (esse nada de sombra que se contorce na sombra)
é o mero resultado ou menos que uma conclusão que tiro de tudo isso, após haver negado todas as premissas.
Não há premissas no vazio, tal como não existe um tempo ou um espaço ou formas exteriores que se pudesse nomear como tais.
Sozinho e fraco, percorro uma grande extensão de meus pensamentos, para me cansar no final e cair,
exausto de ter percorrido em vão uma extensão que não tem medida e que não se pode percorrer.
Tombo, no final de minha corrida, como se tombasse de bruços sobre a areia. Ou, antes,
abraço-me a uma grande forma desconhecida como se me abraçasse a um rochedo - e penso por um momento repousar...
o fim da abstração está próximo..
pra você boyzão !
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