Alguém, amanhã, vai nadar no mar
aquecido pelo sol matutino, tenebroso guardião de uma vida marinha desconhecida.
Eles vão viver e saberão como cuidar da própria vida. OK, tudo bem, eu também
respiro, biologicamente está tudo certo comigo... Mas tenho medo. Tenho medo de sair
de casa e encontrar olhares desconhecidos. Eu sei, vivo em conflito permanente comigo
mesma: tem dias em que estar no meio dos outros me ajuda, e sinto uma irresistível
necessidade disso. Em outros, expulso preguiçosamente o gato da minha cama, me deito
de barriga para cima e penso... Talvez coloque algum CD, quase sempre música
clássica. Sinto-me bem com a cumplicidade da música e não preciso de mais nada.
Mas essa barulheira está me atormentando, sei que nessa noite alguém está
vivendo mais que eu. E eu vou ficar dentro desse quarto ouvindo o som da vida, vou
escutá-lo até que o sono me abrace.

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