Vaguidão na Praça Centenária/RS

É bom ficar um pouco só. É bom estar só. Só que, porém, nem todos estão preparados emocionalmente para estarem sozinhos. No meu caso, não tenho muitos problemas em sentir a minha consciência.
É bom conversar consigo sobre o dia, o passado e o futuro. É justamente só que consigo escrever, nem que seja um assunto tão banal com palavras de lugar comum.

Eu gosto de estar só, me faz tão bem e sinto que é a minha melhor companhia. Até porque, "antes só do que mal acompanhado", já diz/dizia o ditado popular.

É gostoso pensar só. É legal ponderar os erros e os acertos do dia-a-dia. Na verdade, em mim, os erros e os acertos lutam uma batalha desleal para ver quem ganha. Na maioria das vezes, dá empate, com ligeira vantagem para os erros.

Só que, contudo, estar só faz “pensar-me” e lembrar-me dos amigos passados; dos meus erros e equívocos que proporcionaram tantas distancias e inimizades. Ruím, deste momento, também é sentir a consciência pesada no travesseiro antes de dormir por não ter tido atitudes ou dito certas palavras... Mesmo assim, fico tranqüilo por mim. poderia ser pior. Entendo a possibilidade de que pode ser pior nas pessoas que se afastaram/afastam de mim. Tirando os erros e os acertos, sou uma boa pessoa. Homem torto de caminho tortuoso, só que uma boa pessoa... No final das contas, a consciência não fica tão pesada assim em visto de que amanha o sol tenderá à nascer.

Contudo, no fundo, não é tão ruim assim acontecer isso em mim. péssimo seria se nem acontecesse.

Sou humano e, com isso, erros e acertos fazem parte da minha trajetória na existência humana terrestre. O problema, em sí, é quando outras pessoas erram para mim e, conseqüentemente, erro junto sem nem saber do que eu estou fazendo. Pobre de mim. Às vezes me acho tão inocente.

A solidão é uma opção diária de cada um. Mas se eu não posso estar ao lado das pessoas de que tenho afeto, prefiro estar/ficar só. Pois, como diz o ditado 'melhor só do que mal acompanhado'. Até porque, nisto tudo, estar só é como se fosse aqueles sentimentos e sensações em que só nós sabemos e, com isso, não encontramos palavras para mensurar esse barato e, com isto, não encontramos condições para explicar para as outras almas vagantes deste planeta Terra o que realmente sentimos, já que é algo tudo tão sugestivo, subjetivo próprio do sujeito.
Ou seja, por mais que falemos, por mais que eu fale, não sairei da vaguidão e do mundo obscuros das palavras sentimentais.
Pablo Trajano